segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pois é... [poema]

Adianta deixar as perguntas fazerem parte de pensamentos?
É bom deixar que indagações sejam 
o empreendedor de medos, covardia, desejo e paixões? 
Elas nunca chegam ao fim,
ora se contradizem, 
ora se confundem, ora se multiplicam
ora parem verdades prematuras
que, como fetos mal-formados, 
produzem a morte sem beleza
ou adotam mentiras que, como a chuva de maio,
arrasam com tudo,
e apenas destruição resta pelo caminho sem vistas à esperança. 
Mesmo assim, os avós, no tempo deles, 
sempre têm respostas para as nossas perguntas e as indagações,
e nunca escutamos porque preferimos a ignorância da experiência.
E dúvida faz da cama uma noite de sonhos que não coadunam
com a pressa do relógio do dia que não falha em vir bem cedinho. 
E assim vou me paradoxando, vai te afirmando, vai se negando, vão se isentando, vamos nos fixando...
Conflito! O corpo, que sem entender mente complicada, 
exige, como um recém-nascido, apenas o básico da vida: 
alegria, gozo, felicidade.
E essas nem sempre vêm ou, quando nos visitam, damos um jeito de não oferecer
um delicioso bolo de cenoura com um refrescante suco de abacaxi.
Dá pra entender porquê as lágrimas dos olhos eram o lugar e nunca caem?
Faça um teste, atire fogo na chuva.
Se for aquele que consegue o possível, deixará de ser humana
e outras dimensões farão parte de nossas loucuras...

Dió. SSA-Ba, 06/08/2012