quarta-feira, 30 de março de 2011

MOMENTO EM MOMENTOS [POEMA]


Tempo judia de paciência
Dias são gigantescos
Noites, eternidades
E angústia cresce vigorosa
Não vejo instante
Já antecipo o sabor daquilo que será delícias
Mente fantasia tudo maravilhosamente
Sinais são abundantes
Mãos reclamam companhia
Ouvidos solicitam voz amada
Pele exige carícias
Rosto pede beijos
Peito clama por compreensão
E agora está num aguardar terreal!
Ai Deus, me escuta!
Faz de meus limites
Chuvas em deserto
E rios andarilhos para mar
Não me poupe de tanto
Por tão pouco
Alivia tensão
Faz distância apenas ponte
E me liga àquele
Que rouba minha atenção dedicada
Afinal sou o barro que anseia estar vaso
Há espaços para oferendas...


Dió. Ssa-ba, 30/03/2011

terça-feira, 29 de março de 2011

O QUE TEIMA NÃO SAIR... [POEMA]


Por que o desejo por beijos?
Por que a vontade por abraços?
Por que a espera por carinhos e palavras doces?
Por que a esperança de encontrar aquilo que mais parece sonho?
Por que essa necessidade de se completar com alguém?
Muitas perguntas. Outras tantas especulações. Vários devaneios.
Algumas dúvidas. Confusões.
Às vezes, sofrimento e até dor em contrate relâmpago com alegrias e êxtase.
Certeza só uma: eu quero, eu quero, eu quero. Ai como eu quero muito!
O pensamento vai distante, se recusa pairar nas obrigações
E reclama resposta

Onde estava, está e estará? O que fez, faz e fará?
O que pensou, pensa e vai pensar? O que sentiu, sente e vai sentir?
Querer é mais que querer; é urgência de bem-estar na agonia
Não importa o que digam nem o que a maldade da mente suscite
O que vale é o que foge ao consciente
E faz emergir desejo escândalo de ter, possuir, usufruir
Momentos inéditos, ainda não provados...
O que fazer? O que pensar? O que escutar? O que falar?
O que não cometer? O que não imaginar? O que não ouvir? O que não dizer?
É cruel. Ora barulho, ora silêncio.
E a mente não para, corre até o que é a razão da inquietação
Afinal, tudo isso é muito gostoso, sim!
É o espelho na perspectiva de outro reflexo

DIÓ. SSA-BA, 29/03/2011.

MAIS UMA DAS DELE [POEMA]

O amor tem dessas coisas...
deixa a gente bobo leve respirando ansiedade
sempre aguardando um pouco mais
nunca satisfeito de tocar e ser acariciado...

E o mundo só suspiros
delírios que dão outra cara à rotina

Não acontecem despedidas
a presença é constante
e aquele que faz dos dias
único agora intenso
belo alegre diverso

Não tem como negar
é reafirmar constantemente
o estado é outrom, sim
encontrar nos olhos certos a razão incerta
de ser apenas um
em busca dum peito seguro para descansar

E a fome por descobertas a dois continua animadíssima
a cama na qual se deitam satisfeitos
a Vontade e a Realização
suspiros sorrisos risos gargalhadas
o encantamento mostra suas dimensões...
formas de viver

E eu em você você em mim nós em um
plenitude de felicidades

Ainda existem muitos abacates e passarinhos...
então, que haja os encontros!

Dió. 29/03/2911

domingo, 27 de março de 2011

APENAS O COMEÇO... [POEMA]



É incrível como muita coisa não é necessária, bastam
O olhar certo, direcionado, descobridor;
A voz firme, deliciosa, excitante;
O toque cuidado, delicado, amante;
O cheiro gostoso, encantador, inebriante;
O abraço forte, seguro, duradouro;
O beijo amigo, quente, namorado
E o impossível se torna mais que fato,
Permissão em experiências revigorantes!
É engraçado como não há espaço para razão.
A mente é apenas agitos,
Confusões harmônicas de sentimentos variados
E os estranhos e distintos se aproximam...
Não é por menos que a verdade marca presença:
Animais de mesma espécie se reconhecem pelo cheiro.
Coisas acontecem...
Criatividade de desejos e vontades explode!
O encontro: o Eu se entrega ao Tu,
É o Outro no Ser!
A alma suspira,
O espírito vai ao êxtase,
O coração sorri
E os corpos já são o corpo.
Ai como é muito maravilhoso sorrir!
E sorrir com alguém especial ao lado é muito melhor.
Aí vem o sono gostoso...
Noites... E o Amor é a rotina.
A vida dá novos e firmes passos...
Mais que real, realização!
Que os sonhos nasçam, cresçam e se procriem!
Afinal, isso é apenas o começo...


Diógenes Silva. Salvador- Bahia, 27/03/2011.


Dedicado À Pessoa Especial, N...

sábado, 26 de março de 2011

SAUDADE [DEFINIÇÃO]


Saudade: sentimento que supera facilmente a Falta/nostalgia/I miss you. Mais: é a presença da ausência de algo ou alguém muito querido, estimado, importante para o inventário de desejos do ser, aquilo/aquele que o faz gozar em nuances e perceber que, além de estar vivo, possui o bem-estar revigorante em si...; espécie estranha e bela de dor que remete a momentos maravilhosos, que teimam não cair no esquecimento; vontade incontrolável, e incontida, e teimosa de ter outra vez o estimado - logo, a qualquer custo!; desejo de manter em si o outro como parte importante, vital e hodierna de sua beleza, vaidade, orgulho, alegria. Saudade é fantástica; maravilhosa porque é sentimente que só surge em face de algo realmente estonteante! Mais uma prova de que o Ser não acaba em seus limites físicos, psíquicos.
Saudade vaza, deliciosamente, por outras dimensões: o outro, os outros, a outra, as outras... Ela traz consigo o sorriso! Sorrir é bom, e sorrir com mais de um/uma é mais ainda, muito mais! Sorria, faça sorrir, riam juntos!
Saudade.
Saudades...

Dió. Ssa-bahia, 26/03/2011.

domingo, 20 de março de 2011

QUEM SOU EU... [TEXTO ABSTRATO]

Sou tudo aquilo que anseio e creio ser, tudo o que não desejo nem creio ser, tudo que deixei e penso ter largado, tudo que não consigo ser e não alcanço, tudo que sou, não quero ser e não consigo abandonar;
e, igualmente, sou tudo aquilo que os outros pensam que sou e querem que eu seja, mais: tudo que não acreditam e não querem que eu seja ou venha a ser.

Eis-me além de Ser: sou continuum em estar perpétuo entre o nada e o tudo, ambos vastidão e mistérios. Em Estar buliçoso, já me encontro nas intempéries do introspectivo quimericamente permitido à construção: construído, se montando, sendo moldado e se forjando eternidade de ter um pouco de todos e estar contido bocadinhos em cada um, sempre insatisfeito.

Guloso, quero expansão. Experimentar é mais que portas para os sentidos, é os corredores por que concebo a Permissibilidade em permitindo. Mosaico, canto, danço, pinto, esculpo, em nuances, a beleza da diversidade em cada traço que me é comum, estranho, extravagante, pitoresco, burlesco, tosco, singelo, pulsante, pujante aprovado ou rechaçado. Estou além de alegoria de Vida, sou releituras de existências em Existência. Legitimado é o Universo por meio de cada movimento meu (mesmo aquele que crê ser inércia!).

O Cosmos é aqui: eu em você, você em mim, nós nas coisas, tudo em nós, misturas. Que sejam bemvindos todos e todas que portarem em si a vontade de transar. – Será que há alguma coisa que não tenha essa força? – Faço de mim, desde já, o convite e a panela nos quais façamos o banquete e a festa. E espero de você mais que a boca ansiosa; os dedos nervosos e os olhos saltitantes. Que venha a Fome!

DIÓ