despertei preguiçoso, num suspiro tão profundo,
chamando a cada músculo de acordo com a vontade deles,
sentindo toda a dimensão do corpo que anseia
e o sorriso manhoso dizia tudo e mais um pouco
e os olhos cerrados, nas entre linhas,
reviviam os momentos de entrega completa,
sem esperar, o desejo retorna
e quer buscar o que a vontade exige
e a alma logo sentiu a ausência do calor
num impulso único, a mão correu o outro lado da cama
e nada encontrou
foi a vez dos pés procurarem em outras partes
nada outra vez!
o susto logo trouxe arrepios
num giro, explorei todo o quarto
onde está? para onde foi? o que aconteceu?
coração abandonou a paz daqueles que tem a cresça
cega de que possui o amor
e não acreditava: não foi um sonho! foi real! estava aqui!
senti, toquei, provei!
saltei num pulo e em dois passos,
as funções essenciais voltaram ao estado de quase paralisia
os pés não tocavam o chão
a respiração só buscava seu cheiro
que faz da mente lugar vazio de racionalidade
e o barulho renunciou sua voz
e lá estava, em pé, debruçado sobre a pia,
apenas conversando com o narciso
de cá, observava bobo o que em posse ilegal pertencia
aos domínios de minha fome
necessidade de compartilhar o que só se divide com aquele
que parece que não existe de tão raro que é
por trás, o encontro se consumou
os pelos eriçados de corpos perfeitos encaixavam as linhas sobre as curvas
e o que não se ensina passou a ditar os movimentos
bem juntos, as mãos dançavam sobre corpo quente
e a face de barba rala marcava seu caminho
espetando deliciosamente o dorso, a nuca, raspando a orelha
dando a volta para que os lábios se encontrassem
em uma só boca
o ar já era vapor
e ali mesmo o espelho embaçado assistiu ao que muitos só
têm em delírios de sonhos e fantasias...
Diógenes Pereira. sSA-BA, 13/12/2011
chamando a cada músculo de acordo com a vontade deles,
sentindo toda a dimensão do corpo que anseia
e o sorriso manhoso dizia tudo e mais um pouco
e os olhos cerrados, nas entre linhas,
reviviam os momentos de entrega completa,
sem esperar, o desejo retorna
e quer buscar o que a vontade exige
e a alma logo sentiu a ausência do calor
num impulso único, a mão correu o outro lado da cama
e nada encontrou
foi a vez dos pés procurarem em outras partes
nada outra vez!
o susto logo trouxe arrepios
num giro, explorei todo o quarto
onde está? para onde foi? o que aconteceu?
coração abandonou a paz daqueles que tem a cresça
cega de que possui o amor
e não acreditava: não foi um sonho! foi real! estava aqui!
senti, toquei, provei!
saltei num pulo e em dois passos,
as funções essenciais voltaram ao estado de quase paralisia
os pés não tocavam o chão
a respiração só buscava seu cheiro
que faz da mente lugar vazio de racionalidade
e o barulho renunciou sua voz
e lá estava, em pé, debruçado sobre a pia,
apenas conversando com o narciso
de cá, observava bobo o que em posse ilegal pertencia
aos domínios de minha fome
necessidade de compartilhar o que só se divide com aquele
que parece que não existe de tão raro que é
por trás, o encontro se consumou
os pelos eriçados de corpos perfeitos encaixavam as linhas sobre as curvas
e o que não se ensina passou a ditar os movimentos
bem juntos, as mãos dançavam sobre corpo quente
e a face de barba rala marcava seu caminho
espetando deliciosamente o dorso, a nuca, raspando a orelha
dando a volta para que os lábios se encontrassem
em uma só boca
o ar já era vapor
e ali mesmo o espelho embaçado assistiu ao que muitos só
têm em delírios de sonhos e fantasias...
Diógenes Pereira. sSA-BA, 13/12/2011
Confesso que gostei verdadeiramente deste poema. E não foi pela sua "enchação de saco", não! Gostei mesmo. Do ritmo, da sutileza, da cadência das frases, da temática, da leveza, do que fala sobre, mas (re)vela sua verdadeira intenção. Apreensível a poucos, não pela lógica, mas pelo sentir, como a poesia verdadeira deve ser, em minha opinião. Falar do amor poderia ser algo batido ou demodé. Mas não quando se fala dele com a verdade em si mesmo. Dica, continue a ler os bons, os grandes, se você quer verdadeiramente enveredar por esse caminho tortuoso, solitário e eremita da poesia na contemporaneidade.
ResponderExcluirQuer coisa mais angustiante que "o tato" que não encontra o alvo?
ResponderExcluirE o regojizo, a certeza ao ouvir o barulho e saber que foi, que é real. Adorei!
Josilton Rosado.
"Entre haicais e chuva Súbita inspiração é
ResponderExcluirum trovão...
VOCÊ Gênio: 99% de inspiração e 99% de transpiração. quase a perfeição hem!!! rsrsrs