sábado, 17 de setembro de 2011

OS TRINTA [POEMA EM PROSA]


Os trinta já se aproximam... Parece pouco para uma vida; apenas ilusão de juventude. O que fiz, o que tenho, o que conquistei, o que vou fazer? Essas são autoindagações que são o cafédamanhã, almoço e janta. Contudo, algo é mais significante. E é justamente o tempo que reclama. Coisas que há pouco não se queria. Um sonho. O sonho! Vontades e desejos... Entre as viravoltas da rotina, não tem como ignorar. A mão corre solitária. O corpo saudável já está em estado puta! E mente diz não. É sacanagem pura aceitar a verdade que existem bilhões, e apenas você para provar de sua intimidade. O momento é de doação, mas a quem? Não vem, nunca chega. Até que vem... Em devaneios da imaginação. Irrealidade é a realidade quando os olhos se fecham, o corpo esquenta e o gozo cala tudo. A procura aumenta. A resposta é a mesma. Coração lamenta. E noite é solteira mais uma vez. Apenas um beijo, apenas uma aconchego, apenas um toque, apenas um olhar, apenas um oi. Carência é a força. E sardinha passa a salmão.  Nesta hora, o revólver até aponta para a presa errada, mas não abate nada. Caçador volta pra casa e faz da mão sua amiga. Quem sabe amanhã não será de fato outro dia... E assim esperança não cansa de revezar com resignação. Amigos, e solidão. Certeza: um dia a morte vem.

Dio. Ssa-ba, 17/09/2011.

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