sexta-feira, 6 de abril de 2012

NÃO ESPERAVA MESMO! [RELATO]



Com certeza, minha maior vitória do ano de 2011 foi ter conseguido passar no processo seletivo do Programa de Pós-Graduação (Mestrado em Literatura e Cultura) do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, um dos mais respeitados do Brasil. O curioso é que esse “presente antecipado de natal” quase não me seria entregue! 
Entrei na universidade ainda muito cedo, com apenas 18 anos, logo após ter concluído o ensino médio em rede pública; e saí igualmente precoce, com 23 anos. Era muito imaturo, arrogante, soberbo, intransigente, insubordinado, indisciplinado, inconsequente, curioso, ousado, extravagante e excêntrico.  Estudava ao meu ritmo Caetano Veloso mixado a Raul Seixas reestilizado, sem levar caderno, livro algum nem tomar nota de nada.  Ia somente com bermuda, chinelos e camiseta. Quem me via ir à UFBA pensava logo que eu estava indo à praia ou a outro lugar qualquer, menos ir à universidade estudar. Lá, apenas lia alguns livros e textos indicados para as aulas em casa e só estudava para as avaliações cerca de 2 dias antes.
Sem saber ao certo o que queria, nunca esquentei muito a cabeça. Dos quatro anos de graduação, passei dois voltados para linguística e os últimos dois para teoria literária. Por que a mudança? Simples: a linguística a mim era muito facilmente assimilada. Chegou um tempo em que me senti exaurido por ela. Sentia prazer em estudá-la, sim, mas apenas como lazer. A teoria literária, em outro passo, excitava e fomentava minha ansiedade criativa, suscitando minha forma de pensar questionadora e insurgente – amava as interseções possíveis com outras áreas do conhecimento, principalmente a psicologia, sociologia, antropologia, história, geografia (que adoro, lendo livros como se fossem gibi), física, astronomia, biologia, genética, filosofia por meio das análises dos discursos literários de variados gêneros e estilos.
Sem muito esforço, conseguia dar conta das obrigações acadêmicas e ainda tinha tempo para militar desleixadamente país a fora pelo movimento estudantil (Diretório Acadêmico, como Diretor de Assuntos Institucionais – que eu nem sabia o que era na época – e na Executiva Nacional dos Estudantes de Letras (EXNEL), como representante do Estado da Bahia no movimento nacional – nome aquele do cargo que não me recordo mais. Só sei que viajei muito, conhecendo lugares e gente! – e ainda obtinha ótimas notas mais a conquistava da simpatia, respeito e admiração de muitos professores. Já os colegas, creio que a maioria me odiava devido a meu perfil e postura mais a inveja e despeito da parte deles. Sei que também tive minha parcela de culpa. Fazia questão de incomodar, chocar, bater de frente. Outros tantos, mais acessíveis, compreensíveis e tolerantes, riam gostosamente... Simplesmente amor e ódio, não existia meio termo em um ambiente que me tinha como corpo estranho – eu parecia mais uma aluno de engenharia ou de educação física!
Passei quatro anos, após minha formação acadêmica, fora totalmente do universo acadêmico. Tentei de tudo um pouco. Fui pauteiro no setor jornalístico duma televisão, ensinei geografia, inglês, literatura, gramática e redação em alguns cursinhos pré-vestibular e várias escolas privadas do interior e capital, além das redes públicas estadual e municipal. Fui, por um período curto de tempo, até aluno-soldado da Polícia Militar (concursado mesmo), mas logo vi que não era a minha! Estudei para outros tantos concursos públicos sem êxito. Vaguei. Pairei. Vadiei. Entrei em depressão. Altos e baixos eram minha vida. Sem foco, sempre estava insatisfeito, infeliz.  E o Mestrado era apenas um sonho estranho, caro e incerto para mim. Um sonho, uma ficção mesmo! Pensava nele como uma possibilidade – isso mesmo, apenas como mais uma possibilidade (remota e incerta), e não uma prioridade (ou realidade). – Mas isso começou a mudar nos 4 últimos meses deste ano (2011), precisamente!
Devido a vários acontecimentos em minha vida profissional, financeira e até relacional (amigos), a frustração, a decepção, a dor e o autoisolamento me forçaram a amadurecer. Com as experiências adquiridas, comecei a refletir acerca de minha vida. Quem fui, quem sou? Como estou? No que quero estar e ser? O que fiz, faço e farei? O que sei fazer? No que sou bom? O que quero? Que rumo dar à Vida? Pensar acerca daquilo que não me agradava vinha fácil. O problema era saber o que me satisfaria além dos desejos e sonhos fantásticos, aqui, na realidade vivida em gerúndio mesmo! Foi aí, depois de bater muito a cabeça que, inevitavelmente, percebi que meu maior feito é lidar com o discurso. Não havia outra: meu caminho era de fato a carreira acadêmica e, sobretudo, literária.
Impulsionado por alguns amigos, principalmente Paulo Pereira, Daniele Behrmann e Mariel Carlos, e num momento de forte isolamento e decepção comigo mesmo e boa parte do mundo, fui revirado por sentimentos potentes – assim mesmo, no calor da hora. – Vou tentar o mestrado deste ano! Simplesmente tempestivo e passional. E o tempo conspirava contra, pois só restavam apenas 2 dias para o fim das inscrições.
O que fazer mediante pouquíssimo tempo? Pressa! Tinha que correr o mais rápido, muito além de meu habitual tempo de atendente de bar na Bahia. Reflexo: recorri à Ângela outra vez, uma grande e inteligentíssima amiga do tempo da graduação. Tomando como base o modelo de anteprojeto dela mais as idéias que eu havia esboçado, me tranquei no quarto e comecei a riscar sozinho um texto na frente da tela chata do notebook. Só pedi a Ari que o lesse, mas nada demais. Ele só fez dizer que estava legal, além de pontuar duas coisinhas da ordem (digamos) estético-discursiva. Contribuiu, sim, não nego. Contudo, não foi nem tive orientação alguma de professor ou qualquer outra alma, aquela que poderia me guiar a fim de escrever o anteprojeto decente. Simplesmente, fiz tudo na base do susto, improviso mesmo e solitário.
Já exaurido, estava convicto de que não tinha feito um bom texto, mas era o único que tinha. Era ele mesmo. Me inscrevi no processo seletivo do Mestrado no último dia. E saí de lá muito feliz em só ter conseguido realizar minha inscrição!
Só depois da inscrição, com muita cara de pau, enviei cópia do anteprojeto para os meus possíveis 4 professores orientadores, pedindo que o avaliasse e me aceitassem como possível orientando. Pra minha primeira surpresa, submetido o suposto precário texto a alguns amigos da academia e a quatro renomados professores da UFBA, veio a animadora notícia: seu anteprojeto está bom! Veja você mesmo cópia das mensagens de email desses professores: 
Diógenes,  estou meio doente e acabei esquecendo de lhe responder. Li o projeto e aceito, sim, orientá-lo. Com você passando, conversamos melhor e podemos azeitá-lo ainda mais, dar umas mexidas para deixá-lo ainda mais preciso. Mas aceito, sim.  Abraço [Sandro Ornellas]”; 


 “Oi Diógenes, acho seu projeto muito bom, mas creio que o melhor nome é mesmo o de Sandro, que é de literatura portuguesa, caso ele não aceite, voltaremos a conversar. Boa sorte, Nancy [Rita Ferreira Vieira]”; 


 “Diógenes, além de muitas tarefas, formalmente não tenho condições de  aceitar mais aluno na pós-graduação. Já ultrapassei o número previsto pelo Programa e pela CAPES, e isso é complicado, pra mim e para o próprio programa. Abri somente uma vaga e assinarei apenas um projeto, que é de um estudante que está sob minha orientação como bolsista PIBIC, já tem aproximadamente 4 anos que está no grupo de pesquisa. Gostaria muito de poder atendê-lo e fico contente pelo seu apreço e carinho. É o que me dá alegria, saber que um estudante reconhece o meu trabalho , mas no momento estou impossibilitada de recebê-lo como orientando. Desejo boa sorte para você e sucesso na sua vida acadêmica. Evelina [Hoisel]”; 


 e “ Olá, Diógenes, estou bem lembrada de você e de termos conversado sobre uma possível orientação... Não tinha respondido seu email anterior por absoluta falta de tempo. Estou com compromissos urgentes de trabalho, apesar de afastada da UFBA neste semestre. Iniciei a leitura do seu projeto mas não concluí. Entretanto, meu nome não deve constar, pois você se inscreveu na linha Documentos da memória e eu faço parte de outra, Estudos de Teorias e representações. Os demais nomes de professores que você indicou estão corretos, fazem parte da linha em que inscreveu seu projeto. Desejo boa sorte na seleção. Abraços, Lígia [Telles]”. 
Meus Deus! Respirei mais forte. Agora eu tinha ganhado mais vontade de seguir em frente. E continuei, sim!.
Apenas com o inglês de cursinho, sem fluência alguma e com baixo vocabulário, teria que me submeter à segunda etapa do processo seletivo: a prova de língua estrangeira, pois a primeira etapa (avaliação do anteprojeto pela comissão eu já havia passado). O medo era inevitável. Então, com uma prova de uma seleção anterior em mãos, comecei a tradução desse texto. Fiz isso apenas uma vez e me joguei na prova.
No dia, com muito calor e incomodado com o “conforto” da sala onde estávamos, fui traduzindo todo o texto palavra por palavra, utilizando apenas um minidicionário Michaelis. Foram cerca de duas páginas!  Depois o reescrevi em português. Trabalho que me custou 2 das 4 horas da prova. Com apenas 1 hora, mente cansadíssima, passei a interpretar o texto já transcrito para minha língua materna e, só assim, responder às quatro questões de prova sem fazer rascunho algum nem revisão; direto para folha de respostas!
Ainda faltando 1 hora para o término da prova, saí com a sensação de que tinha feito um exame razoável. A insegurança fincou pé em mim, mas não por muito tempo! Poucos dias depois, eu já estava rindo, muito eufórico: havia passado nessa etapa com nota 8! O mais engraçado era que amigos e “amigos” que estavam estudando inglês para aquela prova há meses ou eram fluentes no idioma tiraram nota inferior ou igual a minha. Ironia? Incompetência? Ou inteligência?
Estava a caminho da terceira etapa: a temível prova específica. A coisa agora estava muito séria. Um suposto ato de impulso já estava ganhando dimensões mais concreta e comprometedora... Seria sorte, destino, acaso? Ou consequência de atos, ações, atitudes, ousadia?
Restando pouco tempo para prova específica, comecei a pedir os livros e textos emprestados a amigos. Consegui alguns, outros eu conquistei na internet mesmo. Dos sete indicados no edital de prova, apenas 2 eu não consegui. O jeito foi estudar os “faltosos” por meio de resenhas. Em apenas 6 dias, li todos os densos livros de teoria literária e correlatos. Foi uma verdadeira maratona para a mente, pois eu já não lia esse tipo de literatura há quatro anos! A cabeça já estava além de seu limite, mas continuei. Consegui dar conta da leitura: Michel Foucault, Stuart Hall, Beatriz Sarlo, Tadeu Tomaz da Silva, Eneida Maria de Souza, Georges Yúdice e Paul Zumthor. Claro, não foi uma leitura como deveria ter sido: detida, cautelosa, analítica, investigativa, comparativa, acompanhada; enfim, mais eficaz, eficiente e produtiva. Li tudo como pude, na pressa mesmo. Minha meta era ler tudo. E a cumpri!
Chegado o dia da temível prova, fui inflado de segurança louca. Em uma hora de consulta permitida, esquematizei tudo que daria base a minhas respostas. Sei que das 2 questões de prova, escrevi bastante: 4 faces do papel pautado na primeira questão e 3 faces do pautado na segunda. Fui articulando todos os teóricos da biografia indicada. Contudo, algo me dizia que eu não estava indo bem, que não estava escrevendo como poderia e deveria. Não estava explorando o potencial que acreditava portar. Percebia que eu estava sendo tacanho, preguiçoso, lento, medíocre. Não estava me esforçando como poderia e deveria... Olhei em volta, vi todos compenetrados, e eu em minha modorrenta atitude. Ah, cansei! Não aguentava mais aquilo tudo! Pirei e saí da sala com uma sensação de que não respondi adequadamente às questões, principalmente a segunda, frente à qual tive que fazer maior esforço criativo, pois já não havia mais ideias em minha mente! Fiquei instantes olhando o ar, os lados, tentando buscar idéias. Nada. Não me desesperei. Respirei fundo e fui catando e arrancando cada palavra com muita dificuldade. Entreguei a prova como estava, sem uma revisão competente. E saí.
Já do lado de fora, batendo papo com amigos e conhecidos, fui ficando cada vez mais triste e vendo a chance de entrar no mestrado se afastar. Passando o tempo, era corroído por uma questão: e se eu não passar, o que vou fazer de minha vida? No que vou focar? A mente não respondia. Era passar ou passar. Não ocorria alternativa. Mais triste...
Entregue a Deus. Ansiedade... Pressão de amigos confiantes em meu sucesso contrapondo com minha insegurança, a qual, por sua vez, rivalizava com a esperança que é muito viva em mim. Sabia que tinha chances reais tanto de passar como de perder devido o meu suposto mal desempenho na prova específica – assim eu teimava acreditar. – Imaginava que se eu passasse, passaria com a nota mínima: 7! Tinha noção de que não tinha me preparado como deveria, não me dei tempo, não me explorei ao máximo. Estava em desvantagem em relação aos demais candidatos.
Outra vez tudo parecia se repetir... Situação parecida já havia acontecido comigo quando tentei o vestibular da UFBA há mais de 8 anos, em final de 2002 (1ª etapa) e início de 2003 (2ª etapa) – guardada as devidas proporções. – Não parava de pensar naquela ocasião. Naquela época, eu também sofria pressão de amigos que acreditavam em meu potencial. Igualmente, minha autocrítica gritava para mim que eu não tive tempo hábil para estudar. Eu estava em desvantagem. Iria concorrer com alunos de escolas privadas conceituadas. Que chances eu teria? Ainda estava terminando o terceiro ano do ensino médio de toda uma vida estudando em escola pública. Só havia conseguido uma bolsa para estudar num bom cursinho pré-vestibular, por cerca de quatro meses, um intensivo (curso DNA, nos Aflitos), mais outra bolsa para estudar num ótimo curso de gramática, literatura e redação (curso Análise, no Iguatemi) aos fins de semanas. Benditos tenham sido os professores Jorge Portugal e Lene e Paula Barbosa, que acreditaram em mim e me concederam as bolsas, respectivamente.
Segui estudando como pude. Curioso e obstinado, tinha muitas deficiências herdadas de uma vida educacional em escolas públicas precárias. Não queria nem saber. Tinha que entrar numa universidade pública! Contradição. Desacreditado por mim mesmo, mas mantido na causa pela esperança que em mim sempre foi forte! Conflito. Ora desejos e sonhos, ora desespero e medo, ora pseudoindiferença. E quando eu estava fazendo a prova da UEFS, soube do inacreditável: passei na UFBA! Raspei a cabeça, escrevi o nome UFBA na nuca. Era só felicidade. – outro vez conto com mais detalhes a trajetória até a universidade. Voltando para o caso Mestrado, situação parecida me  ocorreu. E a grandiosa surpresa veio certeira!
Letícia, então amiga de trabalho e colega de prova dessa seleção de mestrado, me ligou e deu a notícia que me paralisou: Diógenes, você passou. Tirou nota 9,5 na prova específica e 9,00 no anteprojeto. Simplesmente, fiquei estarrecido! Como assim? Tinha feito tudo em cima da hora, estava tentando com a cara e a coragem. Estava desacostumado a ler e pensar sobre textos tão densos e complexos como aqueles cobrados para a prova. Não tive tempo hábil para a preparação coerente, e passei com essas notas! O que houve? Eu me super-subestimei? Sim. Não foi um processo difícil como eu imaginava ser? Foi, sim, difícil. Eu simplesmente não tinha notado a força que tenho. Afinal, seria sorte um anteprojeto de Mestrado, feito às pressas (em apenas 2 dias), sem revisão alguma de professores ou outra pessoa qualquer, obter pontuação nove? Ou seria fruto do acaso uma prova discursiva ter um resultado de nove e meio - na qual, é esperado pela banca examinadora, no mínimo, razoável grau de complexidade e habilidade de interpretação e correlação coesa e coerente entre as informações, criatividade e sapiência; coisa determinante a fim de montar um discurso eficiente por parte do candidato  (detalhe, apenas li - repito, li - a referência indica para o exame em corridos seis dias, sem tempo nem condições físico-psicológicas para análises mais maduras)?
Sem apadrinhamento algum ou qualquer outro instrumento facilitador, fui merecedor dessa vitória, sim. Mesmo não explorando meu real potencial, me saí muito bem. Ninguém pode negar isso. É minha vez de rir e sentir orgulho do sujeitinho que estou em cada momento! E me alegrar aos saltos ao ouvir uma voz sincera de uma amiga doutoranda: O bom filho A casa torna! [Pryscila Campos].
O sabor da vitória e o prazer da conquista demoraram a perder fôlego. De início, não tinha real noção do feito! Aos poucos foi caindo a ficha. Fui aprovado em sexto entre 34 aprovados na seleção de mestrado para literatura. Pouco? Não mesmo! Não esqueça que eu já estava há quatro anos afastado da academia, escrevi o anteprojeto em 2 dias que antecediam o fim das inscrições para o processo seletivo, fiz a prova de língua estrangeira com coragem e raça, apenas li os textos e livros indicados como referências para prova em corridos 6 dias. Sorte? Não. Obstinação. Esperança. Ousadia. Mérito mais que merecido. Era a consagração de inteligência? Ainda não. Era, antes, o prenúncio de uma nova era, outra chance para mim e o assinalar de um grande potencial como pessoa e profissional. Não tinha como evitar, logo o reconhecimento veio até da boca daqueles que não têm ou tinha simpatia pela minha pessoa. E a paz que o reconhecimento cede ao vencedor fez de mim uma pessoa amada pelo espelho!
Após a minha vitória, não recebi apenas o reconhecimento de quem tem simpatia, competência e autoridade para tal. Até os opositores tiveram que dar a cara a tapa mediante o fato. Nesse caso, "contra fatos não há contra-argumentação". E lembrar que até gente próxima desconfiava de minha pujança, desacreditando de meu potencial cognitivo,  tendo a certeza indubitável que o sujeito que sou não passava de um falador embebido de sua arrogância rasteira e de sua vaidade vazia. Essa gente teve a ridícula paciência de esperar; esperar por uma corroboração do que achava ser minha natureza: o fracasso dos fracos, aqueles que merecem a pseudocompaixão dos déspotas, imperadores do castelo forjado pela sua irredutível superioridade enganadora e doentia. Frustração para eles! O destino para essa gente foi um: refazer a encenação de Tomé, vendo para crer e se curvar mediante a certeza da vitória ao vitorioso por mérito e justiça!
Veja agora mensagens de gente valiosa para mim, professores da UFBA e uma amiga inspiradora, respectivamente:

 “Tudo de bom nesta nova etapa de sua carreira. Abços Evelina [Hoisel]".

 "Diógenes, fico muito feliz por vc ter sido aprovado e encontrado o orientador certo para seus estudos. Parabéns pelas ótimas notas. Parabéns e boa sorte nesse caminho novo. Obrigada pelas palavras, Nancy".

 "Olá, Diógenes! Parabéns pela aprovação! É sempre uma alegria ver o êxito dos antigos alunos. Desejo a você boa sorte nesta nova etapa. Agradeço também sua atenção em me comunicar. Abraços, Lígia [Teles]".

"Diógenes, meus parabéns para começo de conversa. Suas notas foram muito boas. Podemos marcar na quarta-feira pela tarde, por volta das 15:30? Darei prova à noite e será o último dia de aula minha. Lá conversamos sobre tudo. Abraço [Sandro Ornellas]".

E “Diógenes, vc realmente está de parabéns. E não pense sua conquista foi pequena, pois não foi. E mesmo que tivesse sido pequena, o mais importante é que ela é SUA, e de mais ninguém. Como eu lhe disse por telefone, vc é muito inteligente e preparado; só precisava de foco e, pelos resultados obtidos, vc agora encontrou. No mais, é tentar fazer um bom mestrado e já seguir para o doutorado. (...) Bjs [Ângela Mascarenhas]”.

             Não poderia deixar de salientar minha FELICIDADE! Afinal de contas, a Universidade Federal da BAHIA é o maior centro de estudo, pesquisa, ensino e extensão do Norte e Nordeste. É um prazer enorme fazer parte do quadro discente do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura do Instituto de Letras. Agradeço sinceramente às pessoas que acreditaram em mim e me fomentaram esse empreendimento epicamente torto.
            Passo adiante, não posso deixar de relembrar... Bati biela, dei murro em ponta de faca! Circulei, tentei coisas bem diversas e inusitadas, e simplesmente não me encontrava nem achava. Acreditei ser falta de sorte, incompetência, depressão e até ebó. As coisas não fluíam. A idade ia avançando, se aproximando dos trinta, e o desespero chegava algoz: o que fiz, o que estou fazendo e  o que farei de minha vida? O que fazer? Para onde ir? No que focar? No que sou bom? De que gosto? Resposta não dava as caras; imagina respostas! Vinham apenas desespero, resignação, esperança... 
            Finalmente, o que seria a desgraça iminente foi ironicamente a graça. O vazio do nada me conduziria  à plenitude da decisão certa na intensidade justa e no instante preciso. Tudo conspirou de tal forma (a mais perfeita possível dentro do absurdo que se desenrolava no contemporâneo dos fatos) que fui sendo levado, por causa e consequências de decisões rápidas apoiadas por atitudes urgentes, a esse presente. Hoje me parece engraçado e estranho como tudo se deu. Foi tudo perfeitamente arranjado na sequência harmoniosa dos fatos. E sorrio, rio  e gargalho feliz sobre os escombros de lágrimas choradas...
              Agora, com visão distanciada daquele que olha para o passado como um historiadorpaleontólogo olha para os fósseis e ruínas - não mais aquele parcial que vive o problema intensamente no presente passional -, posso vislumbrar o quanto maravilhoso foi esse acontecimento, que me parece agora em natureza rápida, mas que sei que não foi exatamente assim.  
           Esquisito é, neste instante, como tudo parece corroborar para a existência do Destino - Deus, Natureza, Acaso ou Outra Coisa Qualquer? Vai saber! - Destino, aquele que me impôs (ou seria me ofertou?) esse agora! Mas tenho rígida lembrança de que tudo foi escrito por mim (de dentro pra fora e do externo para o interior) aliada à dependência que todo ser tem de outros entes desse Universo - será mesmo? Até onde vão a liberdade e o livrearbítrio? Dúvidas mais rijas hoje em dia!
            A lição que fica: agora tenho foco e noção do que sou capaz - perspectiva ofuscada pelo autodeslumbramento concedida pela embriaguês do sucesso! - Vamos, Diógenes, fomentar as qualidades produtivas que existem em você e ganhar o mundo não apenas no seu mundo! É momento de desejar, sonhar, planejar e ousar mais, muito mais, porque não existem limites para uma mente que deseja, anseia, aspira; até a Morte não é um fim, antes, é apenas um outro se inscrever. Desta vez, a vida está me levando a outro caminho... E eu não vou desperdiçar essa nova chance que busquei através da Vontade Superior: JEOVÁ!


Diógenes Pereira, Ssa-Ba, 07/12/2011. 
Última alteração em 15/04/2012.

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