Numa dessas viagens, conheci uma pessoa que me disse
algo que nunca saiu de minha cabeça: “a vida é feita de escolhas”. Aquelas
palavras foram rasgando minhas resistências a partir de cada instante em que eu
ia me alimentando de cada caloria de sua mensagem, assim como um bebê vai se
arriscando e provando o que o tempo vai lhe dando a cada centímetro crescido.
Em outro momento, um gastroenterologista me disse
mediante minhas queixas: “olhe, menino, você fala demais! Enxergue você mesmo,
veja o mundo. Muita coisa que você acha complicada é muito mais simples que o
ato de você andar, e outras tantas que, de verdade são complicadas, podem bem
facilmente ser descomplicadas. Então descomplique e simplifique a vida! Você é
bonito e especial em seu modo de ser e pode
ser assim eternamente, basta você nunca deixar de ousar e arriscar. Não tenha
medo do Medo. Seja amigo dele. E vá, siga e pire mais sua cabeça.” Saí do
consultório me sentindo o maior idiota do mundo! Como não ter percebido aquilo
durante meus 28 anos! Era tudo: viver é se permitir de acordo com as escolhas
rápidas em seu tempo e vagarosas na sua intensidade, mas sempre de acordo com o
melhor para cada situação. Existir em vivendo era muito mais fácil que um
bêbado pode devanear...
Pronto. De lá para cá, fui revendo os valores, os
paradigmas, os preconceitos, as limitações, as intolerâncias, as vergonhas, os
orgulhos, as minhas escolhas e decisões. Mudanças foram ocorrendo sob a trama
de duras tentativas e erros em persistências contínuas. Parar jamais. Então, o
que em mim já era uma característica natural foi se agigantando. Fui conseguido
esboçar fugas da prisão sem muros na qual me fazia e faço algoz e vítima. E, em
dia (e dias) inesperado, fugi daquilo que me acorrentava. Estava no asfalto...
De fugitivo a recapturado, fui colecionando atracações
violentas com a Alegria e carícias pluridimensionais na Felicidade! Reciprocidade
e correspondência. A física teórica nunca fez tanto sentido para mim como
agora! O espelho não só sorria, ele chorava em sentir que os olhos não se
limitavam a sua garagem, eram todos os dedos, assim como a boca era cada
furinho da pele com sua língua que se alargava até onde a pele marca presença,
o ouvido era todos os fios do corpo e o nariz, a própria mente ociosamente
criativa com suas leis contraditórias: Quimera! E chorar é bom, bom porque você
acaba de matar um SE em si para
alimentar outro EU que ainda não tinha
ganhado a chance de caminhar no calçadão de Ipanema.
E eu não posso – nem quero, nem devo, nem tenho o
direito – de privar a história uma História: descobri que Boa Viagem é a Barra!
Na eternidade de três dias, os limites de minha casa se confundiram com a
vontade gozada em trocas. E mais que concordei: viver sozinho é possível, sim,
mas viver com a diferença que não está em si, é muito mais maravilhoso; aprendi
em aprendendo que a paixão não é o mais importante para uma união, e, sim, o
que é melhor para si: a fluidez em estar bem, em paz e, ao mesmo tempo,
preenchido pela presença de uma pessoa querida e conquistada sem a intervenção
da paixão.
Inevitável! Hoje, provei o que todos desejam: o
inédito de facto.
Em casa outra
vez, tenho a paz rememorante da saudade como companhia de cama. E o desejo de
mais um abraço me encanta para o sonho... Que Délícia!!!!! Rs
Diógenes Pereira, SSA-BA, 21.10.2012
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