Confusão que não escolhi [POEMA]
Os olhos só podem falhar nestes momentos...
Eles, mesmo tentando, não conseguem
chegar nem sequer ao ar!
Antes, esbarram em visões confusas de vidas engolidas,
outras bebidas ou tantas apenas em emoções projetadas;
e o que vai em busca é a voz,
não a minha, aquela que vem de todas as direções:
uma melodia que escapa do corpo conhecido
através de pedaços de carnes sobre pratos...
restos dum jantar não compartilhado.
De volta, cai em cantos repletos de necessidades
que não dão explicações.
(E, mesmo onde não existe espelho,
assisto a lágrimas rasgarem os caminhos ocultos do sangue.)
Retornando ao lugar que nunca foi minha partida,
sou esse que é feito condenado eterno:
aquele que possui, e deseja não ter
ou não tem, e quer muito possuir.
O que me resta nessa confusão que não escolhi para mim,
mas sou eu em intimidade constrangedora?
Tentar me jogar de uma janela
que está rente ao chão,
acreditando encontrar pontinhos de liberdades transitórias
ou a oportunidade finita de descansar
o peito junto a o calor
que não venha de mim.
Dió, ssa-ba, às 00:37 de 06-fev-2016
Dica: releia após e durante ouvir HALO de Beyoncé interpretada por uma jovem africana [negra].
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