quinta-feira, 10 de junho de 2010

íntimo [poema]

Abrindo a porta do quarto


A deparação é apreciar o teto já parede

E os meus braços que tocavam ele

As pernas erguendo meu corpo

Em outras projeções ainda ineolháveis

Preciso de cama? Não

Meu repouso agora é os pregos soltos

Sobre o contínuo do quarto

Signo não geométrico

Que se expande a lugar algum

E se encontra aqui

Ali em mim eu

A revolução constante de ínfimas criações

Que amam a ilusão do real

Não canso as imagens

Elas me entendiam

E me fazem ser

O que uma bactéria desejou possuir

Instante de um outro choro

Aquele que canta um sorriso

Eu me chamo segredo

Segredo para a ocorrência

Que não se ousa perguntar

E diz ansiar respostas

Paciência; os dias ainda são os dias

Quem sabe amanhã se tornará chuvas outras



Por diogenes silva. Salvador, 01.11.2006

Um comentário:

  1. Paredes-espelho acolhem miasmas de segredos inaudíveis.O sonho, as vezes, é um anseio inumano que erige um narcisismo indolente e analogamente abissal.
    Confio na palavra que pende e irroga-se em forma de gesta;movendo-se(à pena),liricamente, em traços ideais.
    A poesia apreende o nosso mudo amor compondo uma moldura vazada por onde a vida entra.
    Gostei do poema!Reetrante e humano(demasiado humano).

    Um abraço,Guga.

    ResponderExcluir