quinta-feira, 10 de junho de 2010

jauá [TEXTO ABSTRATO]

Mesmo que limitações tentassem, jamais resistiria. Ar transportava em si Convite ao Passeio. Quando menos me percebi, era Sol único Olho que me guiava por roteiro deli-cio-sa-mente desgover-nado. Fui próprio ColetivoPeriferia socado e entupido por SensaçõesMuitas, não hesitei parar em ponto algum. Tudo me atraia Beleza e Belezas. Fui Confusão de Coisa e Coisas. Mais que espectador, era co-autor de Arte que espirava por mim. Sentia lato e stricto sensu significante+significado+referente Romper fronteiras e me tornar e fazer-me já não temido Outrem; agora era Tudo, tudo. Tomado e me deixando tomar, sorria a cada toque de roçar. gigante era Pequeno, pequeno era Gigante, não importava dimensão, valia experimentar e se experimentar Possibilidades+Alternativas, manufaturando formas distintamente gradativas e complementares – e por que não abruptas e dissonantes? Cabiam tudo e todos naquele Agora. – Nunca presenciei tantas Forças, e Vontades, e Fetiches. RirChorar e ChorarRir me levavam para lugar comum. Com muitas faces, provei que podia e que não podia, também fui degustado aos pouquinhos e bocados e aos bocados e pouquinhos – Degustação. – Pude notar, também, outro prazer: Aquele sentido não por Boca que come, e sim de Comida roubada por FomeGula. Pensa que presa não deseja ser caça e vítima? Há sim desejo por Morte. Morrer é tão maravilhoso quanto Viver. Morri e Vivi, vivi e morri, brinquei em conjunto com Existência. Fui Ocorrência e ocorrências. Errante, por leves instantes em eternidade finita, não concebia mais razão, moral, ética, bom senso, modos. Desnudei-me de humano forjado e, em alma potencializada, encenei HumanoTrivial, o qual equiparado é-está a todas Criaturas que se aglutinam CriaçãoContinuum. Olha aí Mani-festA-ÇÃO Democracia. Me sair de controle, controlado, controlável, controlante, controlador, controlando, me rendeu Carnaval Sabores, Cheiros, Texturas, Sons, Movimentos, Quimeras. Finalmente acessei PoderHorizonte, Aquele que se vê, que se busca, e não se alcança porque consegue permitir e se permitir PertoDistante e DistantePerto para frágil vaidade; vaidade essa que alimenta e se alimenta Espelhos ( os quais já são Outros), e mesmo assim ela tenta se enganar que só tem a si como potência – vaidade finge que me ilude ao tentar se ludibriar, erro ao cubo, porque outros igualmente reparam. – Ui, Discurso, se não existisse Ironia... Olha quantos Caranguejinhos brincandofazer PraiaPeneira, e o que me diz de Coqueiros que balançam Orgulhosos Cílios. É... Para cada Pedra tem milhares de GrãoSonhos e para cada Sonho existem montão de PedrasLuxúria. Ai de nós se não ocorresse Jauá. E que haja Jauá, e Jauás, e
jauá, e jauás!

Diógenes Pereira. Salvador, 20.10.2008

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