quinta-feira, 17 de junho de 2010

SOBRE A FRAGILIDADE DE OSSOS [POEMA]

Não há vez para arbítrio livre
Aceitas já são ordens em detrimento da conveniência
Vontades são outras
Arrogância quer buscar além de sua beleza
Não dá mais para tolerar o conhecido e o reconhecível
São claras as regras
Voz deve ir, e não pode voltar sem retorno
Algo inigualável e coisa sublime precisa trazer consigo
A estirpe requerida não é nobreza
É mais: sensibilidade que saiba transgredir
Se nota aí o porquê de tanta dificuldade com incumbência lançada
Não é a qualquer um que modificador desse porte se faz respiração
A espera é longa e ainda pode durar mais
Paciência não casou com eternidade
Idade já pede companhia
Basta de sonhos vadios
Necessidades inéditas exigem outras extravagâncias
A ambição que se firma em mim não tem pernas
Ela desliza ampla
E excitada pela introspectividade devassa
Aspira domínio de si em outrem
Vastidão a se encher continuidade:
Fluxos, mais que meras experiências.
Agora sou posse à mercê de Senhor
Prêmio exposto sob as vestes do ócio
Sobre a fragilidade de ossos, finco residência
Renunciando liberdade de expansão, me torno limites.

Dió. Salvador-ba, 13 de agosto de 2009, às 22h e 24min.

2 comentários:

  1. Oi, Dió.
    Vim agradecer sua presença no meu blog e conhecer sua casa de palavras. Muito interessante o modo como você se expressa, seu ritmo todo pessoal.

    Abraço.

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  2. malhado e pensador? não creio que essa combinação exista. o pior é que gostei do que li aqui. muito.

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