quinta-feira, 10 de junho de 2010

Segunda carta de amor [poema]

Nunca imaginei que um dia habitaria em mim o desejo de ter uma outra pessoa. Sentimentos nascem e crescem em mim... O dia passa, o tempo se movimenta, e a mente sempre vai a você. Mesmo sem querer, curioso fico pra saber onde anda, com quem está e o que faz. O meu carinho toca sua lembrança incessantemente. Devasso cada ato seu. Degusto os segundos que dividimos juntos. Tenho a certeza de que é você o motivo de minha inquietação. Ora creio em reciprocidade, ora tenho dúvida. Entretanto, minha intuição diz que é você mais um raro acerto em vida. Sempre preocupado estou em te deixar à vontade e te agradar. Nem sempre consigo isso. Até sem ter a intenção, machuco você. Quando brigamos, minha alma não só chora, sim desfalece por inteira. Ao acordar, desejo o calor do contato de seu corpo ao meu. Deitando, revivo o que já vivemos. Poderia viver sem você? Poderia. Mas eu seria outro. Você me excitou a mudanças. Em liberdade e respeito, te quero bem em meus agoras. Ai... por que isso ocorre comigo? Será isso amor? Se não for também é muito maravilhoso! Tenho medo, sim, do que sinto, do que desejo. Sei que não farei mal ao respirar e andar de ninguém, mas não sei o que farei de mim se um dia eu descobrir que o solo no qual cultivo meus sentimentos não passa de uma fatia de delicioso pão, que me dará prazer no comer e acabará logo quando eu me satisfazer ou ele terminar. Paciência. Mergulho e prefiro seguir meu coração. Se eu me ferir, que fira! Serei logrado por mais uma cicatriz conquistada com ousadia e êxito. Viver é mais que preciso, é brincar de tornar possível sonhos lambidos de medo, indispensável!
Posso sentir o prazer da flor ao se entregar à primeira ave ou ao primeiro inseto.


DIÓGENES SILVA

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