quarta-feira, 9 de junho de 2010

ir ao outro [reflexão]

Se aproxime, não tenha receio algum nem medo. Tenho a bondade nas intenções. Achegue-se, mais pertinho e me observe. Olhe meus contornos, entre nas frestas, perceba o fluxo que há em mim. Se permita... Deixe seu corpo brincar. Liberte seu espírito, abrace o desejo, abra o caminho até você. Me conceda o prazer. Anseio fazer parte de tu. Quero muito povoar seu interior e exterior. Afaste a memória que lhe traz dor e lhe faz cautela. Aspire por esperança, volta à infância. Seja outra vez protoignorante que, com sua ingenuidade, se direciona para todos os lados possíveis. Eis me aqui: ardência latente, ambicionada a mesclar-se e a crescer em você, por mim, para nós, à frente, aos lados, para trás, para cima, para onde pudermos ir na criatividade do amor. É raridade olhos se procurarem em reciprocidade, calor equilibrar-se com químicas distintas, sexo existe de bocado, cumplicidade só ocorre entre aqueles raros que a razão se exime de lógica e é a natureza lasciva que assume posse. Vem, não deixe o tempo fazer caso de nós. Sejamos a historia na ponta de giz. Vivamos a união dos que são puros, dos que são sujos, possibilidades várias... Meus beiços querem tocar seu peito. Preciso do sorriso de seu coração porque o meu encantado já está pela face interna que construo através do que você me sede. Mão corre e prepara seu espaço junto a mim. Paisagem reclama nossa pose. Não demora. Quem tem fome, tem pressa.



dió. ssa-ba, 10.04.09

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