Não tem mais dúvidas
Monstro sou
É assim que meu útero
Nesciamente me vê
Um monstro
Dilacerado pelas bases me encontro
Ruído na estima estou eu a mim
Não possuo o que de natural é a todos
Sou filho da desgraça, dor, frustração
Me amargura o olhar seco
E indiferente dirigido à pessoa
Que não sei mais se ainda sou eu
Onde estou? Quem sou?
Um só em meio um bocado de agentes inibidores do eu meu
Vivo onde não poderia ter vida
Pessoa mais corajosa não existe: sou eu
Tudo parece perdido
Consternado pela minha mente
Tento sair pelos fundos
E erguer o crânio
Sem saber ao menos como continuar
Tudo bem
Já estou forçado mesmo a crer
Sou monstro
E devo me apresentar assim
De tanto pensarem e falarem
Devo ser mesmo um monstro
Vou dar, logo, a eles o que querem eles
Um monstro!
Deus, tenha pena
Dessas putas almas.
DIÓGENES SILVA
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